sábado, 22 de setembro de 2018

Neofascistas ponta-grossenses dão as caras

22 de setembro de 2018 - sábado, 11 horas, fascistas e neonazistas ponta-grossenses fazem carreata pela Avenida Vicente Machado, começando pela Balduino Taques encerrando no Parque Ambiental. Poucos carros, muito barulho. Na carroceria jovens, rapazes e moças dançam. Jovem locutor repete o tempo todo a única frase que consegue entender "Bolsonaro: para mudar o Brasil de verdade". Ponta Grossa é o cú do mundo. Sempre se prestou a esses papéis, embora tenha uma praça do Expedicionário. Aqui monarquistas, senhores feudais, se unem com órfãos de Aécio Neves, paladino direitista e udenista da moral e do suposto combate à corrupção. Símbolo da esperança, do juízo, do interesse popular, da contradição, a presença da Professora Hebe Gonçalves do Curso de jornalismo da Universidade local, sempre atuante e combatendo as forças retrógradas que infestam o cenário nacional em suas múltiplas manifestações (locais, regionais, nacionais ou externas), que transitava pela parte que antecede a escadaria do Terminal Central.

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Muita gente arrependida do voto. Desde as eleições majoritárias à escolha do Diretor da Escola. Reconhecimento de que abraços, linguiçadas, almoços parceiros, visitas, promessas em panfletos, eram apenas parte de um teatro ideológico e enganador. A Direita venceu em todas as esferas. Nas campanhas humildes cordeirinhos pediam nosso voto nos corredores, nas praças, na mídia. Eleitos ou usurpando o poder, marcamos a conversa e encontramos, quando encontramos, uma alcatéia.

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Erramos ao votar em indivíduos que não construíram história de lutas pelo povo, pelo país ou pelo funcionalismo público ou pela nossa classe. Elegemos personalidades que aparecem apenas em épocas de eleições e somem nos quatro anos que se seguem, ou que do nada apareceram. Quem dá a cara para bater nas lutas pelos direitos dos trabalhadores? Quem está nas greves e manifestações sociais? Somos tão idiotas que é nestes que, definitivamente não votamos. Consideramos ser radical demais lutar pelos nossos direitos.
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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Lula à altura de Getúlio Vargas


Fabio Anibal Goiris

Corria o ano de 1945 e o Estado Novo, ou Terceira República, instaurado por Getúlio Vargas chegava ao fim. Iniciar-se-ia no Brasil um período mais democrático. O ex-presidente Vargas estava deposto do poder, mas, não foi mandado ao exílio, não teve seus direitos políticos cassados e tampouco estava resepondendo a qualquer processo judicial. Expulso do Palácio do Catete, Vargas refugiou-se em sua estância em São Borja, numa espécie de auto-exílio.
Vargas tinha a seu favor uma corrente popular chamada ’queremista’. Ou seja, ‘queremismo’ era um movimento político cujo slogam era ‘Queremos Getúlio’, considerado ‘o pai dos pobres’. As eleições presidenciais de 1945 estavam próximas e Getúlio Vargas, fora do poder, tencionava apoiar o general Eurico Gaspar Dutra. Faltando apenas cinco dias para o fim da campanha eleitoral Getúlio Vargas pronunciou a célebre frase: “Votem em Dutra”.
Não obstante, a grande dúvida era se Getúlio Vargas era capaz de transferir seus votos para o candidato Eurico Gaspar Dutra (que era do seu partido o PSD – Partido Social Democrático). A história demontrou que sim e Dutra foi eleito presidente da Republica com 55% dos votos. Foi a única vez na historia do Brasil em que se conseguiu fazer transferência de votos em um curto espeço de tempo com grande sucesso para eleger um presidente.
Qualquer semelhança com Luiz Inácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores (PT) não será mera coincidencia. Lula, como de alguma forma Getúlio Vargas, em apenas 8 anos, transformou o Brasil. Iniciou programas sociais de sucesso como o Bolsa Familia e o Minha Casa Minha Vida, aumentou o salário mínimo e tirou pelo menos vinte e cinco milhões de brasileiros da extrema pobreza. Com a operação Lava Jato foi acusado e condenado sem provas e, hoje, preso em Curitiba, detêm mais de 37% das intenções de voto para Presidente da Republica. Da mesma forma que Getúlio Vargas tinha o ‘queremismo’, Lula tem a seu favor o fiel e agudíssimo movimento político denominado por André Singer como Lulismo.
Saliente-se que o quadro atual de candidatos a presidente é ubíquo e inexpressivo, especialmente à direita do espectro político. Percebe-se que os candidatos a presidente apresentam defeitos graves em seus discursos e plataformas. Jair Bolsonaro diz defender valores militares, mas, o seu discurso não condiz, por exemplo, com a natureza da coragem ligada à defesa da pátria, própria dos militares. Bolsonaro, na verdade, defende ideias autoritárias. Geraldo Alckmin e Ciro Gomes se apresentam apenas como gestores e administradores de crises, mas, jamais como paradigmas de popularidade ou como lideranças que pensam o Brasil como um todo. Somente Lula encarna os anseios e valores populares de um país profundamente oprimido, explorado e subjugado pelo capitalismo selvagem. Nestas eleições de 2018 se observa, pois, uma ausência de lideranças políticas expressivas no campo da direita. Uma direita que gosta de ser chamada de centro, mas, que é reacionária e alimenta o fascismo.
Assim, não será nenhuma novidade se Lula transferir seus votos para Fernando Haddad, hoje com 4% das intenções de voto. Do mesmo modo que Getúlio Vargas transferiu seus votos para o candidato do seu próprio partido, o general Dutra (PSD), Lula certamente irá impulsar a candidatura de Haddad também do PT. Em quaisquer perspectivas: 1) Lula não sendo candidato por interferência autoritária da justiça (denunciada inclusive pela ONU) e 2) Fernando Haddad sendo candidato a presidente (como substituto de Lula) e tendo como vice Manoela D’Ávila (PC do B), o que se vislumbra no futuro é um segundo turno das eleições com a presença de um representante do PT. Preparemo-nos para uma guerra democrática e sem quartel.
O autor é cientista político, Professor Doutor da Uepg, autor de "Estado e Política: a historia de Ponta Grossa, Paraná" - Endereço: fgoiris@hotmail.com

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Médicos versus Dentistas: a luta pela estética facial

Fabio Anibal Goiris
            A mudança de paradigma é uma expressão utilizada por Thomas Kuhn no seu livro Estrutura das Revoluções Científicas (1962) para descrever uma transformação que ocorre nas concepções tradicionais, dando lugar a novas perspectivas dentro da ciencia dominante. A Odontologia, por exemplo, vem passando por uma mudança de paradigma no que se refere à estética facial. Mas, uma troca de paradigma carrega consigo também fatores ou elementos sociais, políticos e pessoais (subjetivos), pois, caso contrário, não haveria necessidade da substituição de um paradigma por outro.
            Tradicionalmente a Odontologia não incorporou no seu arsenal terapêutico a questão da harmonização ou estética facial. Apenas os médicos, especialmente os especialistas em cirurgia plástica, poderiam atuar nesta área. Este era o paradigma. Mas, a Resolução 176/2016 do Conselho Federal de Odontologia (CFO), autoriza que a utilização de toxina botulínica (botox) e de outros preenchedores faciais e inclusive de Lifting facial com fios de sustentação de formação de colágeno e tração mecânica podem ser realizados para fins estéticos pelo cirurgião-dentista, desde que não extrapole sua área anatômica de atuação. 
            Como resposta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) entrou na justiça para impedir que a classe odontológica possa realizar os procedimentos. Um inquérito foi aberto e uma audiência está marcada para 11 de dezembro na 5ª. Vara Federal, no Rio Grande do Norte, para tentar resolver a questão. É preciso esclarecer que não existe relação de hierarquia entre os conselhos federais de cada classe.
            A grande arma na mão dos médicos é que eles possuem a Lei do Ato Médico (Lei 12.842), aprovada em Brasília em 2013, a qual determina que a execução de procedimentos invasivos é de competência médica. Isto significa também que a utilização de cirurgias estéticas é de exclusividade dos médicos. Mas, a aprovação desta lei teve problemas. Por exemplo, o projeto de lei transformaria a prática da acupuntura em privativa dos médicos, o que iria contra a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde. A presidenta Dilma Rousseff, na época, vetou este trecho em favor dos acupunturistas.
            Os cirurgiões-dentistas argumentam que após 5 anos estudando a anatomia e histologia da face, teriam conhecimento suficiente para a aplicação de terapias estéticas. Alguns dentistas afirmam que atia restrição feita pelos médicos está relacionada muito mais a uma reserva de mercado e não necessariamente a uma questão técnica. Por seu lado, os médicos argumentam que o mais importante é a segurança dos pacientes, particularmente nos casos de possíveis complicações. Eles afirmam que tem aumentado os casos de pacientes com problemas relacionados a operações de harmonização facial. As complicações podem ir de alergias até isquemias (obstrução de vasos sanguíneos), o que pode levar à necrose da região.
            Algumas conclusões podem ser pensadas em face deste novo paradigma: 1) Existe uma necessidade de o cirurgião-dentista ter cursos de capacitação extensivos e sempre legalizados pelos CFO e CRO; 2) É importante iniciar aulas específicas nos cursos de graduação, pois, são procedimentos que fogem à sua formação profissional; 3) Sem dúvida os médicos tem mais capacitação para diagnosticar e tratar os casos de complicações; 4) Cada país tem regras diferentes o que dificulta um consenso (nos EUA apenas em parte é permitida a realização pelos cirurgiões-dentistas); 5) Haverá de existir um dia entendimento para a multidisciplinariedade? e 6) Os grandes perdedores por enquanto são os pacientes que não sabem a quem recorrer. São dilemas do surgimento de novos paradigmas que somente a passagem inteligente do tempo poderá dissipar.
           
                                   O autor é professor adjunto do Curso de Odontologia da UEPG; especialista, mestre e doutor em Periodontia. Mestre em Ciência Política. Endereço: fgoiris@hotmail.com

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Menos, por favor!

"Grande parte da imprensa de Ponta Grossa se esmera na bajulação em relação à atual vice-prefeita da cidade, Elizabeth Schimit. Inclusive dias atrás li em uma revista de fofocas local, que a mesma "é uma unanimidade". É para rir ou chorar? Elizabeth é mais uma remanescente do grupo do ex-prefeito Wosgrau Filho, que em 2012 tornou pública críticas pesadas em relação ao então candidato Marcelo Rangel, chegando ao ponto de se desligar do DEM, quando este partido declarou apoio ao candidato do PPS. Além de ter reproduzido um e-mail nada honroso contra Sandro Alex na campanha de 2008, quando disputavaa o segundo turno contra Wosgrau. Por essa e por outras que a política exige estômago de aço e hipocrisia em dia. A imprensa local precisa parar com a mania de rasgar seda e ver as coisas como elas são. Elizabeth não é a primeira prefeita da História. Ela foi eleita vice. Menos, por favor".
Sandro Ferreira - publicado no Diário dos Campos, de Ponta Grossa, no dia 18 de janeiro de 2017, página 2A.



[Elizabeth Schimidt, Vice Prefeita de Ponta Grossa, História de Ponta Grossa, Marcelo Rangel, Prefeitura de Ponta Grossa]

sábado, 5 de novembro de 2016

triste retorno do fascismo no Brasil

. Aqueles que residem em Ponta Grossa (PR) por trabalho ou por estudo e não transferiram seus títulos, não votaram, são responsáveis pela eleição lamentável do mais mediocre dos prefeitos do Brasil. Gestão 2017-2020. É claro que ele representa uma cultura que deixou de melhorar na região. É o resultado de uma escola que não ensina, ao gosto dos defensores da Escola sem partido, preferida pela legião de analfabetos funcionais que povoam o Brasil. Representa o fracasso de um ensino superior completamente alienado das necessidades da população. Com certeza, somos o município dos celulares, whatzaps, menos dos livros e da leitura.

triste retorno do fascismo no Brasil

. Aqueles que residem em Ponta Grossa (PR) por trabalho ou por estudo e não transferiram seus títulos, não votaram, são responsáveis pela eleição lamentável do mais mediocre dos prefeitos do Brasil. Gestão 2017-2020. É claro que ele representa uma cultura que deixou de melhor na região. É o resultado de uma escola que não ensina, ao gosto dos defensores da Escola sem partido, preferida pela legião de analfabetos funcionais que povoam o Brasil. Representa o fracasso de um ensino superior completamente alienado das necessidades da população. Com certeza, somos o município dos celulares, whatzaps, menos dos livros e da leitura.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

ADUSP e a violência policial contra manifestantes em defesa da democracia

Repúdio ao processo de impeachment e à repressão às manifestações de oposição ao governo Temer

Desde a sua reorganização, no difícil período da ditadura militar, a atuação da Adusp, entidade de representação dos docentes da USP, caracterizou-se pela luta por democracia, pela defesa intransigente dos direitos humanos e pelo posicionamento firme contra a imensa desigualdade social que persiste no país.
Coerente com essa trajetória, a Diretoria da Adusp manifestou-se contrária ao impeachment, em nota de dezembro de 2015, não por razões de cunho partidário ou governista, mas por entender que o processo todo estava sujeito a manipulações por grupos de interesse, cujas agendas políticas encontravam-se muito distantes das necessidades da maioria da população. Além disso, a nota pontuava que o instrumento legal de impeachment, usado de modo indevido, deixava de ser um mecanismo de defesa da democracia, para tornar-se um meio de fragilizá-la, colocando em risco o processo de amadurecimento das práticas democráticas no país.
A partir da decisão do Senado em 31/8, a Diretoria da Adusp entendeu por bem reafirmar seu repúdio à materialização desse impeachment, com contornos de golpe de estado, que trará consequências ainda mais graves ao exercício dos direitos sociais, civis e políticos, como já se evidencia, por exemplo, nas anunciadas reformas da previdência e trabalhista e na proposta de congelamento e desvinculação de recursos públicos para a saúde e a educação.
A Diretoria da Adusp alerta, ainda, que é inaceitável a escalada de repressão e violências das polícias militar e civil, que se instalou em São Paulo e em outros estados, contra a população e manifestantes, que legitimamente se mobilizam em oposição ao impeachment e à investidura presidencial de Michel Temer.


São Paulo, 14 de setembro de 2016
Diretoria da Adusp